Ter a família por perto durante uma internação hospitalar é elemento fundamental para a recuperação do paciente infantil. Essa é a consideração da psicóloga do Hospital Municipal de Araguaína (HMA), Cleide Nascimento Silva. Segundo ela, a internação priva a criança e o adulto da rotina habitual e do contato com os círculos sociais, e a família – o pai, a mãe, os irmãos e parentes mais próximos – são os pontos de apoio mais importantes do paciente neste momento.
“No caso do HMA, que atende o público infantil, os pais e mães são os agentes terapêuticos mais importantes no momento da hospitalização das crianças. São eles que dão o suporte emocional, que é imprescindível, e proveem os cuidados não médicos necessários para que o tratamento seja otimizado”, considera Cleide.
Quem já teve um filho internado sabe que, apesar dos cuidados da equipe, nem sempre é fácil processar e levar numa boa o período de internação. “Aqui no hospital, a Psicologia trabalha, entre outros pontos, acolhendo a família do paciente para que ela tenha condições de oferecer estrutura afetiva para a criança hospitalizada. Nesse contexto, nós sabemos que a criança será mais receptiva aos cuidados dos seus pais que de qualquer outra pessoa da equipe. É uma relação de confiança estreitada desde a gestação. Então nosso papel é estruturar emocionalmente a família para que ela acolha o paciente”, ressalta a psicóloga.
Tranquilidade para as famílias
Daniele Pereira de Sousa, que é dona de casa e está com as duas filhas internadas no HMA, conta que a atenção e cuidados necessários da equipe hospitalar desde o primeiro dia de internação deixaram-na mais tranquila e relaxada para dar apoio e carinho às crianças.
“Fui recebida de forma acolhedora e percebo extrema boa vontade de todos os profissionais do hospital para me ajudar. Assim, eu fico menos preocupada e mais disponível junto das minhas filhas. Queremos ir logo para casa!”, enfatiza a mãe.
Além do suporte para os familiares, a psicóloga Cleide também comenta que a equipe hospitalar e as crianças hospitalizadas são focos de atenção da Psicologia no processo terapêutico. “Nós atuamos no sentido de fazer com que a hospitalização e a situação de doença sejam melhor compreendidas pela criança e sua família, bem como evitar situações difíceis e traumáticas. ‘Brincando’ e ‘conversando’ comigo, as crianças também expressam seus medos, dúvidas, angústias, aliviando assim seu sofrimento, caminhando para uma recuperação mais rápida. Com os profissionais do hospital, trabalhamos no sentido de humanizar o atendimento aos pacientes, fortalecendo o trabalho em equipe e a família também”, finaliza a profissional.
Fotos: João Neto