A doação de órgãos ou de tecidos acontece quando alguém manifesta a vontade de doar uma ou mais partes do corpo para ajudar no tratamento de outras pessoas depois da morte. Atualmente no Brasil, existem mais de 30 mil pessoas na fila de espera.
O número de doações de órgão em 2017 disparou e mostra que o país está em um ótimo cenário. A tendência é que esse número aumente cada vez mais, mas é preciso continuar com a conscientização. Mesmo com o avanço, existem muitos pacientes que ainda precisam de doação. Apenas no primeiro semestre do ano passado morreram 1.158 pessoas na fila.
O Brasil possui hoje o maior sistema público de transplantes do mundo. No ano passado, 95% das cirurgias foram realizadas através do Sistema Único de Saúde (SUS). O Hospital Estadual de Urgências da Região Sudoeste (HURSO), por exemplo, realiza treinamentos constantes para capacitar seus médicos para a captação de órgãos e já realizou três captações no hospital.
Por que ainda existe uma fila tão grande?
Mesmo com um cenário mais vantajoso, ainda há muito a se fazer, começando pela conscientização daqueles que perderam entes queridos. A maior razão para o baixo número de doadores é que 43% das famílias dos pacientes ainda recusam a doação. Por isso, se você deseja ser um doador de órgãos, é essencial conversar com seus familiares. No Brasil, apenas quem pode autorizar a doação é a família. Mesmo que o paciente tenha manifestado esse desejo antes da sua morte.
Não é apenas a falta de informação que atrapalha o andamento da fila. Por lei, a doação precisa ser feita em condições muito específicas. Órgãos só podem ser retirados se o doador tiver morte encefálica, ou seja, seu cérebro morrer, mas o coração continuar batendo. Esse é um quadro raro e existe uma exceção: para retirada da córnea, o coração pode ter parado há até oito horas.
Como acontece a doação?
- Diagnóstico: o paciente que faleceu é submetido a uma série de exames para confirmar a morte encefálica e a ausência de fatores excludentes. Para que os órgãos continuem funcionando, a circulação sanguínea é induzida artificialmente;
- Decisão da Família: após alguns testes, os médicos conversam e orientam a família do paciente. Se a família concorda, em seguida são feitas algumas perguntas sobre os hábitos do doador que podem impedir a doação, como fumo.
- Doação: com a autorização da família e todos os testes possibilitando a cirurgia, os órgãos são retirados. A central que organiza as doações entra em contato com os primeiros pacientes das filas de cada órgão. Eles dão prioridade para aqueles que estão dentro do estado do doador. Caso não seja possível, o órgão segue para um paciente do estado mais próximo.
Os órgãos que se pode doar são: rim, fígado, coração, pâncreas e pulmão. Já os tecidos são as córneas, ossos, válvulas cardíacas, pele, cartilagem, medula óssea e até o sangue do cordão umbilical. A doação de órgãos como o rim, parte do fígado e da medula óssea podem ser realizados ainda em vida.
A doação é um ato de caridade e amor ao próximo, seja um doador!